quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Funk na mídia

Influências sociais e econômicas




O funk é uma forma de comunicação. Atualmente o funk está nos holofotes e ganhando espaço na mídia, hoje temos muito mais artistas fazendo sucesso, os mais famosos tem contrato assinado com grandes gravadoras, porem grande maioria ainda são alternativos.

Eles adequam o que querem falar ao público para qual estão cantando e assim conseguem passar a ideia e consequentemente fazer sucesso. A principio o funk era direcionado apenas a pessoas da comunidade, pessoas humildes, afinal a maioria dos cantores se originam das periferias. Atualmente o funk quebrou barreiras e está atingindo todas as classes. 

O funk era cultura de periferia, assim como  a arte era pra poucos, existiam rádios só para funk (poucas e de qualidade inferior), pois não havia procura. Com a massificação da informação todos conheceram as vertentes do funk e mesmo que não oficialmente, abraçaram como cultura de massa, como sua própria cultura. E graças a comunicação em massa o funk está tomando a sua posição que é de direito.



quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Psicologia: A Ideologia do funk


No dia 12 de setembro fomos a casa Vitória Jardim, em uma matinê de baile funk. Como não somos adeptos ao estilo (bom, nem todos), estávamos com receio do que podia acontecer.

Na primeira impressão ficamos um pouco chocados com o que vimos, uma galera no estilo "desarrumado", meio largado. Roupas extravagantes, curtas e de marcas famosas. Porém, nos deparamos com pessoas bem arrumadas no maior estilo ostentação (igual ao nosso último post que está aqui! (Top!)

Chega de formalidade, porquê na moral, é um saco!

Vamos lá.



Depois que nos enturmamos, só vimos a galera bacana, que chegavam com umas nave da hora!

Dentro da casa conversando com os novinhos e novinhas, vimos que o rolê é o fluxo, quando acontece esse evento de funk e quando solta o batidão, a galera se empolga e entra no clima da ostentação. Com os panos de marca, a galera curte aproveitando toda a batida e sensualizando seguindo as letras da músicas.


Vídeo gravado pelo equipe Legítima Funk no Vitória Jardim, Santo André. 
12 de setembro de 2015

Mas pera aê! Se existe uma linguagem que todo mundo usa, pra que criar uma outra?

A pegada é a seguinte, o funk surgiu de uma galera mais humilde que sempre foi reprimido e sofria preconceito, então usaram da linguagem uma arma para se destacar e se diferenciar. Por isso, mesmo que a linguagem não esteja, nas "Normas da ABNT", ou são "difíceis de entender", deve ser respeitada, pois, representa a luta de uma minoria para aparecer e fazer bonito na sociedade.

Dicionário cultural do funk:

Nave: Carro e moto;
Novinho/Novinha: Garoto/Garota;
Rolê: Sair, passear;
Fluxo: Lugar legal com bastante gente;
Batidão: Referência ao ritmo do funk;
Ostentação: Mostrar poder financeiro
Panos de marca: Roupas de marca (Lacoste, Oakley, Nike, Adidas);
Pegada: Assunto a ser tratado;

Confiram algumas fotos a qual tiramos dentro do clube.






Fotos exclusivas: Equipe LegitimaFunk

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Funk: Comportamento Social

Estilo

Se você acha que Funk é somente óculos Juliet, cordões de ouro, roupas da Oakley e Tênis Nike, você está coberto de razão! Quer dizer, não, não é somente isso. O funk é uma cultura que vai muito além do gênero musical, é um estilo de vida e deve ser respeitado, assim como qualquer outro grupo da sociedade. (Vai me dizer que você aceita o “Kuduro”, como cultura Africana, mas não aceita o Funk como cultura brasileira?)


A ostentação, na verdade é uma forma de protesto contra a divisão das classes sociais. A grande maioria do público do funk vem de origem humilde, muitos, das periferias, seja do Rio de Janeiro ou São Paulo. Os MCs de funk ostentação falam sobre a fama e adquirir roupas, acessórios de marca e carros luxuosos. Eles enxergam isso como uma conquista, depois de muito sofrimento e trabalho duro, o pobre também pode adquirir produtos que antes, somente ricos e empresários tinham condições de comprar.

A música “Os mlk é liso” de MC Rodolfinho, explica bem a história por trás da ostentação.


A cultura do funk não é somente o gênero musical em si, mas também todo o estilo aderido pelos MCs e fãs do gênero. Por ter muitas influencias do rap, não somente nas letras, mas também no estilo visual, os funkeiros usam cordões e relógios de ouro, roupas e bonés de marca.

O visual "rapper" é muito semelhante ao visual dos funkeiros, porém ainda há diferenças, veja as fotos abaixo!


 Não é só Juliet! Óculos coloridos de diversos modelos também completam os acessórios da galera do funk! Assim como anéis de ouro, cordões e bonés “aba reta” fazem parte dos guarda-roupas de todo bom MC.




MC Guimê, considerado Rei do Funk Ostentação tem um estilo que mais se aproxima dos rappers.


Muito semelhante, não é mesmo?

O preconceito

Muitos sabem que o funk é um dos estilos musicais brasileiros que mais sofre preconceito, isso por que as letras falam sobre sexo, periferias e criminalidade. A maioria dos fãs de funk são de classe média baixa ou moradores de periferias, o que aumenta o preconceito por relacionar traficantes e bandidos. Assim como em todo grupo da sociedade, existem os prós e contras, o funk consciente que fala sobre a criminalidade, descaso do governo e violência dentro das favelas faz parte da cultura e deve ser visto como a voz da comunidade, um grito de esperança para crianças e jovens que estão no mundo do tráfico, mudarem de vida através da música.

O erotismo no funk também faz parte da cultura, não é preciso uma explicação clara para o porquê de das letras falarem sobre sexo, mulheres e danças sensuais.


Tudo isso faz parte do entretenimento, as pessoas julgam o funk pelo erotismo em suas letras, porém, na década de 60 o festival de Rock “Woodstock”, na época os chamados “Hippies” foram os pioneiros do movimento “Sexo, Drogas e Rock ‘n’ Roll”, que é utilizado até hoje por muitos fãs de Rock, e muitos dos clássicos falam sobre sexo em suas letras.



O Rap e o Pop americano também utilizam do tema em muitas de suas músicas, porém, é bem mais aceito pela sociedade. Seria talvez, uma questão de hipocrisia com o funk? (Afinal, todo mundo gosta de sexo!).



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A História do Funk

Funk Americano

O estilo musical surgiu da música negra no final da década de 60. Derivou-se de uma mescla a partir do Jazz, Soul, influencias do R&B e ritmo psicodélico. As principais características do estilo são percussão marcante, rápida e dançante. As letras, geralmente eram de características sexuais, com frases repetidas e refrão marcante. O gênero musical que teve início nos anos 60 já passou por diversas mudanças até os dias de hoje.


Graças a James Brown, houve essa distinção do estilo musical R&B para o Funk.


Nos anos 70 surgiram grandes nomes como George Clinton e suas bandas Parliament e Funkadelic, contendo em suas músicas, características do ritmo psicoldélico.


Em 1980 com a chegada do Disco, gênero que teve uma mescla com o funk nos anos 80 contava com a presença de sintetizadores, teclados e as "beats" (batidas do funk) ganharam uma característica mais dançante/pop, resultando numa substituição da bateria do funk por batidas feitas no sintetizador. A partir daí começou a surgir algumas derivações do funk como house e o hip hop. Sendo nomeado Electro e/ou Disco.

James Brown se auto intitulou o "The Original Disco Man" gravando um álbum com esse título em 1979


Enquanto George Clinton, manifestando-se contra o estilo e tentando resgatar o Funk sem características da Disco Music lançou o álbum "(Not Just) Knee Deep".


A partir do final da década de 80 e estendendo-se para a década de 90, outros subgêneros do funk começaram a surgir, tais como o Funk Rock, tendo uma das principais bandas 
o Red Hot Chilli Peppers que inclusive teve o segundo álbum produzido por Clinton.


O Funk no Brasil

Funk Carioca e o Início


No final dos anos 80, a criação do gênero no Brasil foi influenciado por um ritmo novo da época, O Miami Bass. Suas características eram batidas rápidas e letras erotizadas, não muito diferente do que era o começo do funk carioca, tendo como único diferencial o idioma. O funk carioca começa a década de 1990 formando a sua identidade própria, com o envolvimento do DJ Marlboro, um dos pioneiros. As letras refletem o dia-a-dia das comunidades, a vida difícil, o crime e a sensualidade. Com o tempo, o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito, até os dias de hoje há ameaças de proibição dos bailes e censura a algumas letras, muitos dos artistas ainda trabalham de forma independente. 

O ritmo Miami Bass


Um dos primeiros hits do Funk Carioca


Subgêneros no Funk

Funk Consciente


É muito parecido com Rap, pois retrata o dia-a-dia das favelas, fala sobre o sofrimento dos moradores, pobreza, crime, preconceito e descaso do Governo. "Rap da Felicidade" é uma das faixas principais do gênero.



Funk Ostentação (ou Funk paulista)

Criado em São Paulo, tendo como pioneiros os 
MCs Boy do Charmes, Bio G3 o Funk Ostentação tem como principal característica as letras que falam sobre dinheiro, bens materiais, vida de luxo, e é também um estilo de vida adotado pelos MCs Paulistas, adquirir acessórios e roupas de marca, carros luxuosos e ir à festas. Os MCs também retratam o trabalho duro que tiveram até chegar a vida de ostentação, atualmente o principal artista do gênero é o MC Guimê. O produtor de vídeos Kondzilla tem sua marca dento do Funk Ostentação, pois seu trabalho na produção de clipes musicais evidencia bem o cotidiano dos artistas, seus vídeos tem crescido muito em número de visualizações, é hoje o maior produtor de vídeos do gênero.


Funknejo

Uma mistura Funk e Sertanejo, os dois ritmos que mais cresceram no Brasil nos últimos anos. Os artistas do Sertanejo Universitário fazem uma mescla com funk em algumas de suas músicas. O grupo de funk “Os Hawaianos”, junto com a dupla Henrique e Juliano gravaram uma das primeiras faixas no estilo a música "Mistura Louca". Não existem grandes representantes do gênero.

Pop Funk ou Funk Melody

Este se aproxima mais do gênero que deu origem ao funk no Brasil, o Miami Bass, pois é dançante e mais "melódico", conta com a presença da batida original do funk com sintetizadores e música pop. Os principais artistas são Claudinho e Buchecha, MC Leozinho, MC Marcinho, pioneiros do gênero e hoje, Anitta, Ludmilla, Naldo Benny, MCs Pikeno e Menor. Anitta é a principal artista do gênero na atualidade.


Eletro Funk

O Eletrofunk, como próprio nome diz, é uma mistura do funk com a música eletrônica. Não é muito comum dentro dos subgêneros do funk, a maioria das faixas de eletrofunk são encontradas em setlist remixados por DJs.

Funk Rasteirinha
O Funk rasteirinha possui características latinas, mas, também com uma mistura de axé e forró. Já está no mercado há alguns anos, mas despontou de uns 2 anos pra cá. O hit mais recente do gênero é "Água Na Boca" da Mc Tati Zaqui.